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1954
Benny Carter
1954
Genres: Jazz, Pop, Broadway & Vocalists
 
  •  Track Listings (14) - Disc #1


     
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CD Details

All Artists: Benny Carter
Title: 1954
Members Wishing: 0
Total Copies: 0
Label: Classics France
Original Release Date: 1/1/2007
Re-Release Date: 7/17/2007
Genres: Jazz, Pop, Broadway & Vocalists
Styles: Cool Jazz, Traditional Vocal Pop
Number of Discs: 1
SwapaCD Credits: 1
UPC: 826596016122
 

CD Reviews

Recomendo
John Lester | Vila Velha, Espírito Santo Brazil | 09/02/2007
(5 out of 5 stars)

"Pelo fato de ter sido uma pessoa absolutamente normal durante toda sua longa carreira, Carter não costuma ser muito festejado nos meios jazzísticos. Sem a ira dionisíaca de um Charles Mingus, sem a excentricidade esquizofrênica de um Thelonious Monk e sem o sorriso perigoso de Duke Ellington, Carter dificilmente é citado como um dos maiores músicos do jazz. É grande o engano ou flagrante a injustiça colocá-lo no segundo escalão.



Carter é, entre outras coisas, o melhor arranjador da transição entre as décadas de 1920 e 1930, época em que Heisenberg proclamava o princípio da incerteza na Física. Tendo aprendido o ofício da orquestração por conta própria, chegou a rivalizar e até mesmo superar alguns mestres da época, como Don Redman. Fugindo ao modelo de sucesso fácil oferecido pelo swing, estilo que assolava o EUA nesses tempos, Carter construiu uma obra genial com humildade, independência e sensibilidade. Sua obra somente pode ser comparada à montanhesca criação da dupla Ellington & Strayhorn. Ao contrário do trabalho de Ellington, essencialmente instrumental, as composições de Carter são extremamente `cantáveis', característica que comprova sua veia de grande solista.



Além do trabalho como arranjador e compositor, Carter era um exímio instrumentista, capaz de cantar, tocar piano, trombone, trompete e os saxofones soprano, alto e tenor. Embora excelente trompetista, foi com o sax alto que Carter se destaca como um dos mais importantes improvisadores do jazz: suave, doce e tranqüilo, nem mesmo a velocidade assustadora imposta por Charlie Parker foi capaz de ofuscar a beleza de seus solos. Sua sonoridade única influenciou vários mestres do saxofone, entre eles Sonny Rollins. Carter era o tipo de pessoa que, assim como o inigualável Lester Young, apesar de negro, nunca teve vergonha ou malícia em negar a profunda influência recebida de Frank Trumbauer, um excepcional saxofonista branco renegado no jazz por sua cor. Para Carter a beleza da música estava acima do racismo irracional.



Carter provou com seu trabalho que nem toda música doce e agradável é necessariamente música de elevador ou de consultório dentário. Sua obra comprova que a música pode ser inteligente e complexa sem ser necessariamente chata e inaudível. Ele sabia, mais e melhor que todos nós, que o sucesso obedece cegamente ao princípio da incerteza, principalmente When Lights Are Low. Mas o mestre, é claro, não se importava com isso.

"